sábado, 30 de agosto de 2008
sobre não saber o que dizer...
acordar e sentir que nada daquilo tudo foi o suficiente, e nunca será! ter o vislumbre em cada pequena coisa e saber que ainda não o será, apesar de ter sido! difícil lidar com o acaso, com o erro, e não saber onde tudo vai dar...
aceitar e crer...
aceitar o humano! aquele lugar onde tudo vibra e tudo é verdadeiro e absoluto no instante em que é vivido na sua completude!
crer que isso é o que se pode dar...que a beleza de não permanecer, de estar em movimento, em transfomação é o que resta como último momento de gozo e de mobilidade. E não esperar nada em troca por isso! Nada!
A não ser olhos mais amorosos com o desconhecido que se revela!
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
os des(com)prometidos com o que dizem!
Bem, os "prometidos" como é chamada a banda Vanguart pela revista Rolling Stone, andaram falando uma grande besteira. Quando eu digo que foi grande, é porque foi mesmo!
Primeiro, quem são eles pra dizer que uma coisa tem mais valor que outra? Segundo, caso fossem realmente inteligentes aceitariam os enormes elogios, que algum crítico burro deu a eles, ao compará-los com Radiohead. Ficaram de cara com o que? Não gostam de comparações? Nem a gente que é fã do Radiohead!!!
Como se não bastasse, isso é publicado e temos que conviver com o horizonte demasiado estreito desse povo tão cheio de respostas prontas e todo esse blá blá blá. E assim, lê-se uma asneira do tipo (essa foi o cara do Vanguart que disse) "Muse é cópia de Radiohead".
silêncio sepulcral
Cara, vai ouvir Muse!
Acho legal ter um gosto musical!
Acho importante a banda ter atitude!
Mas, dizer que é pro povo ouvir Neil Young (ao que tudo nos indica, colocando nessas palavras o subtexto, música boa é a dele, e vcs não sabem ouvir, mas eu posso estar enganada!) e dizer uma asneira dessa do Muse!
Bah!
N Ã O D Á !!!
Sinceramente, será que ele, ao citar o nome de Neil Young, nos dá uma dica para futuras comparações do Vanguart???????
Pobre Neil Young!!!!
Bom, pra finalizar....
aos críticos que estão babando ovo nesses caras: por favor tenham mais respeito com o Thom e o Radiohead!
Nós fãs agradecemos!
Quanto ao Muse...
o cara foi realmente infeliz no que disse...
acho que isso é provavelmente projeções do trabalho pessoal no dos outros, porque Muse não é cópia de Radiohead nem aqui nem em Pequim!!!!
e a Rolling Stone poderia tomar mais cuidado com o que fica profetizando...Prometidos pra quê?
Enfim...
beijo e me bipa!!!!
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Os primeiros momentos
Era uma celebração, uma Epifania,
Nós os dois sozinhos no mundo.
Tu, tão audaz, mais leve que uma asa,
Descias numa vertigem a escada
A dois e dois, arrastando-me
Através de húmidos lilases, aos teus domínios
Do outro lado, passando o espelho."
Arseni Tarkovski
domingo, 10 de agosto de 2008
Anseio para o ideal
Quando falo do anseio pelo belo, ideal como objetivo fundamental da arte, que nasce de um ânsia por esse ideal, não estou absolutamente sugerindo que a arte deva esquivar-se da "sujeira" do mundo. Pelo contrário! A imagem artística é sempre uma metonímia em que uma coisa é substituída por outra, o menor no lugar do maior. Para referir-se ao que está vivo, o artista lança mão de algo morto; para falar do infinito, mostra o finito. Substituição... não se pode materializar o infinito, mas é possível criar dele uma ilusão: a imagem.
O horrível e o belo estão sempre contidos um no outro. Em todo o seu absurdo, este prodigioso paradoxo alimenta a própria vida, e, na arte, cria aquela unidade ao mesmo tempo harmônica e dramática. A imagem materializa uma unidade em que elementos múltiplos e diversos são contíguos e se interpenetram. Pode-se falar da idéia contida na imagem, e descrever a sua essência por meio de palavras. Tal descrição, porém, nunca será adequada. Uma imagem pode ser criada e fazer-se sentir. Pode ser aceita ou recusada. Nada disso, no entanto, pode ser compreendido através de um processo exclusivamente cerebral. A idéia do infinito não pode ser expressada por palavras ou mesmo descrita, mas pode ser apreendida através da arte, que torna o infinito tangível. Só se pode alcançar o absoluto através da fé e do ato criador.
sábado, 2 de agosto de 2008
transcrição...
"Uma pessoa não pode entender o que há de heróico em Myshkin, ou Raskolnikov, que matou uma velhinha. Ou em Bashmachkin, um balconista que teve seu capote roubado. Ou no príncipe Myshkin,que não era muito normal. Parece que a arte influencia o público, não por contágio, isso está errado, mas por uma espécie de iluminação ética pelo encontro com o mundo dos artistas...isso tem tanto impacto na alma humana que provoca mudanças, e...alguém que viu ou leu uma obra de arte, não pode mais ser o mesmo... de antes. É difícil dar conselhos. Mas o mais importante que eu poderia dizer a jovens diretores, é para aprender a não separar seus trabalhos, seus filmes, ou o cinema em geral, da vida como ela é.
Uma pessoa deve evitar vácuos entre seus trabalhos, seus filmes e seus atos. Isso porque um cineasta é como um poeta ou um músico o total auto-sacrifício é necessário. Seria estranho ver um cineasta considerar seu trabalho como um presente especial do destino, levar um certo estilo de vida, mas fazer filmes de outra maneira.
Eu gostaria de dizer aos jovens cineastas para serem moralmenteresponsáveis pelos atos que eles intencionam a passar na tela. Isso é o mais importante.Além disso...Eles devem se acostumar à idéia de que essa é uma arte séria, difícil, com grandes sacrifícios.
É você que deve pertencerà arte, e não o contrário. Eles devem se acostumar à idéia de que o cinema é muito difícil,muito sério...É o cinema que faz usode você, e não o contrário. Eu acho que devem aprender como servir ao filme, não ser sua vítima.
Ele faz uso de você, não o contrário."
(Andrei Tarkovski)
ouvindo: Soft Black Stars (Antony and the Johnsons)